Coluna Ativar

Metodologia ativa é modismo?

Nos últimos anos, o tema “metodologias ativas” de aprendizagem tem ganhado destaque no cenário educacional no Brasil e no mundo. Para alguns educadores, essas metodologias representam apenas um modismo passageiro, para outros, representam um caminho possível e necessário para o futuro da educação.

Diante de opiniões divergentes, é importante conhecermos alguns pontos e apresentar evidências que demonstrem a eficácia e a viabilidade das metodologias ativas. Vamos desmontar alguns mitos comuns e apresentar dados e pesquisas que justificam seu uso no ambiente educacional.

Mito 1: Metodologias ativas não funcionam

Contrariamente à crença de que metodologias ativas não são eficazes, diversas pesquisas acadêmicas apontam justamente para o sucesso dessas abordagens em melhorar o engajamento e o aprendizado dos alunos. Um estudo publicado na revista Science (2014), por exemplo, analisou 225 estudos sobre aprendizado ativo em ciências, engenharia e matemática e descobriu que as técnicas de aprendizado ativo reduziram as taxas de reprovação e melhoraram significativamente as pontuações em exames comparados aos métodos de ensino tradicionais (Freeman et al., 2014). Esse dado sugere que, longe de ser um modismo, a metodologia ativa é uma ferramenta pedagógica eficaz.

Mito 2: Metodologia ativa só pode ser implementada com tecnologias digitais

É um equívoco – bem comum – pensar que a implementação das metodologias ativas depende exclusivamente de tecnologias digitais. Embora a tecnologia possa ampliar as possibilidades de aplicação dessas metodologias, ela não é indispensável. Metodologias ativas como aprendizado baseado em problemas (PBL), por exemplo, pode ser efetivamente implementado com recursos simples. Por exemplo, o uso de estudos de caso, debates em sala de aula e aprendizagem cooperativa são formas de metodologia ativa que requerem pouco ou nenhum recurso tecnológico.

Mito 3: Leva muito tempo para planejar

Embora o planejamento inicial de atividade leve mais tempo, especialmente quando não estamos acostumados a explorar esses métodos, os benefícios a longo prazo para o engajamento e aprendizado dos alunos justificam esse tempinho a mais. Além disso, uma vez que o professor passe a se tornar mais confortável com essas práticas, o planejamento tende a se tornar mais rápido e intuitivo. Estratégias como a reutilização e adaptação de planos de aula existentes e a colaboração entre colegas podem diminuir significativamente o tempo de preparação.

Espero que te ajude e que te inspire, prof!

Um super abraço digital,

Prof. Dra. Emilly Fidelix I @seligaprof

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Criadora do @seligaprof, onde impacta milhares de professores de todo o Brasil, palestrante e formadora de professores. É doutora em História Cultural (UFSC), especialista em Tecnologias, Comunicação e Técnicas de Ensino (UTFPR), professora de pós-graduação no Instituto Singularidades. Atua nas áreas de metodologias ativas, storytelling aplicado à educação e BNCC.