Em um ano atípico, podemos falar que fizemos história na Educação!
Quem poderia imaginar que algum dia, teríamos que ministrar aulas por um período tão longo na história, mediadas com o uso da tecnologia e uma pandemia que iria nos obrigar a realizar quarentena e cumprir um distanciamento social.
Com muitas dificuldades e em um cenário de acertos e erros, conseguimos realizar e promover uma educação, não nos moldes que esperávamos, mas de maneira emergencial e com o foco nos estudantes.
Em todo o Brasil, vimos Estados e Municípios prosseguindo com a educação, algumas Secretarias criaram estratégias específicas como São Paulo, com o Centro de Mídias São Paulo, um aplicativo com dados patrocinados para que o estudantes pudessem assistir aulas e o Paraná com o aplicativo aulas Paranás e outras utilizando tecnologias conhecidas, que fazem parte do nosso cotidiano, como rádio e impressão de materiais didáticos. Acompanhamos as autoridades da Saúde, em possível retorno presencial e experiências brasileiras, como no Estado do Amazonas retornando as aulas presenciais, seguido de forma gradual pelo Estado de São Paulo.
Dentro deste cenário, podemos afirmar com toda a certeza que nada substitui as aulas presenciais e que teremos que lidar com grandes desafios pela frente, como evasão escolar, recuperação deste período e a certeza que teremos um longo caminho para frente.
Em outros aspectos, conseguimos aprovar o novo FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), com ampliação de recursos, essenciais ao sistema público de ensino, em que vale ressaltar que 86% dos estudantes brasileiros estudam em escolas públicas, mas falta a regulamentação em que essa agenda se faz urgente. E algumas políticas nacionais ficaram na contramão do esperado como a de alfabetização e de inclusão, em que se faz necessário um debate com quem realmente faz a educação acontecer no chão da sala de aula, professores e estudantes.
No entanto, nos emocionamos com as histórias de professores, se reinventando e mostrando toda a força de seguir com a Educação. Entre tantas histórias, vimos o Professor Luis Felipe Lins, vencedor do Educador Nota 10 com o projeto Geometria e Construção, Professora Doani Emanuela Bertan, top 10 no Global Teacher Prize, considerada ao Nobel da Educação, com o trabalho de inclusão e ensino de libras.
Além disso, vivenciamos algo que era esperado por todos, a valorização da família junto a Educação! Mas também, convivemos de perto com as desigualdades devido a ausência de políticas públicas para conectividade e infraestrutura, em que novamente não faltou criatividade e o desenvolvimento de competências digitais, com inclusões de metodologias ativas e o ensino híbrido sendo muito utilizado.

Sobre a autora do post

Débora Garofalo
Débora Garofalo é Assessora Especial de Tecnologias da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (SEE SP) e professora da rede pública de ensino de São Paulo. Formada em Letras e Pedagogia, mestranda em Educação pela PUC-SP, vencedora na temática Especial Inovação na Educação no Prêmio Professores do Brasil, Vencedora no Desafio de Aprendizagem Criativa do MIT e considerada uma das dez melhoras professoras do mundo pelo Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.

E diante de tudo, o que podemos esperar para a Educação em 2021?
Entender que este panorama com todos os acertos e dificuldades nos fazem ser mais assertivos e traçar um melhor planejamento, centrado em foco nas soluções dos problemas educacionais.
E que este momento é que devemos manter a tranquilidade e nos encher de esperança para viver 2021! Sabemos que será um ano para superarmos desafios e esperamos estarmos mais seguros para voltar as aulas presenciais, mas sem se esquecer dos muitos aprendizados deste ano, em que aqui reunimos alguns.
A tecnologia chegou para ficar
A tecnologia chegou para ficar, mas ela sozinha não possui poder para transformar e impulsionar a educação, é essencial sempre nos lembrarmos do papel dela em sala de aula, mas que ela precisa vir acompanhada de inovação, metodologias ativas, ensino híbrido que são meios eficazes para promover o protagonismo juvenil e a autoria e que no processo de aprendizagem é necessário trabalhar com resoluções de problemas, colaboração, empatia.
Educação integral
É necessário promovermos uma educação integral, com valores integrais, promovendo uma escuta ativa com os estudantes e rompendo assuntos que são tão essenciais a educação, como uma educação antirracista, com inclusão de todos e o envolvimento do território educativo.
Foco na comunidade Aprendente
Vimos a família reconhecer e valorizar a Educação, cultivar esse laço é essencial, sendo necessário resgatar uma comunidade aprendente que envolve todo território educativo, em ações de pertencimento e que lembre que a Educação é responsabilidade de todos.
Habilidades Socioemocionais
Todos sofremos com o distanciamento social, é será necessário intensificar o trabalho com as habilidades socioemocionais, para que possamos trabalhar com emoções e sentimentos e ter a oportunidade de vivenciar na educação diversas situações que serão exigidas na vida em sociedade.
Superar desafios
Teremos muitos desafios a superar, como déficit de aprendizagens, evasão escolar, falta de recursos e de infraestrutura, devido a crise econômica e que será necessária um planejamento que contemple esses pontos e que seja realizado trabalhos interdisciplinares e transdisciplinares com uma escola que faz sentido às nossas crianças e jovens, em um ambiente que traga desafios, e a criatividade como uma premissa a todos.
Um abraço e até 2021,
Débora