Coluna Educação Inovadora

Educação ambiental e sustentabilidade: cultivando a sensibilidade ecológica nos estudantes

Cultivar a sensibilidade ecológica nos estudantes é fundamental para que eles se tornem cidadãos conscientes e responsáveis, capazes de agir de forma sustentável em suas vidas e influenciar positivamente a sociedade.

Ao abordar essa temática em sala de aula, os educadores têm a oportunidade de instigar nos estudantes o interesse pelo meio ambiente, além de estimular a reflexão e a ação sobre a relação entre o ser humano e a natureza. Por meio de atividades práticas, como a criação de hortas escolares, a separação e reciclagem de resíduos, estudo de ecossistemas locais e projetos que envolvam a cultura maker e o mão na massa, os estudantes podem vivenciar na prática os conceitos de sustentabilidade e de compreender a importância de preservar o meio ambiente.

Além disso, a educação ambiental contribui para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como empatia, colaboração e senso de responsabilidade. Ao aprenderem a respeitar e cuidar do meio ambiente, os estudantes também aprendem a respeitar e cuidar uns dos outros, promovendo a construção de uma sociedade mais justa e solidária. E como integrar currículo e sustentabilidade? Confira abaixo.

Integração currículo e sustentabilidade

Primeiramente, integrar ações sustentáveis ao currículo escolar é uma maneira eficaz de promover a sensibilidade ecológica e a prática da sustentabilidade entre os estudantes. Abaixo, separei algumas sugestões de como isso pode ser feito nas unidades escolares:

Mapeamento das disciplinas

Em segundo lugar, identificar em quais disciplinas e conteúdos dentro do currículo é possível abordar temas relacionados à sustentabilidade e ao meio ambiente. Por exemplo, em ciências, é possível discutir sobre ecossistemas, poluição e mudanças climáticas. Em matemática, pode-se trabalhar com gráficos e dados estatísticos relacionados ao consumo de recursos naturais. Em língua portuguesa, é possível incentivar a leitura de textos sobre meio ambiente e realizar debates e produção de textos argumentativos sobre o tema.

Projetos interdisciplinares

Promover projetos que envolvam diferentes disciplinas e que tenham como objetivo abordar questões ambientais e práticas sustentáveis. Por exemplo, um projeto sobre a criação de uma horta escolar pode envolver ciências, matemática (cálculo de áreas e volumes), geografia (clima e tipos de solo) e até mesmo língua portuguesa (relatórios e registros das atividades) e pode ser envolver a cultura maker, para realizar atividades mão na massa.

Visitas e atividades práticas

Realizar visitas a locais que promovam a sustentabilidade, como parques ecológicos, estações de reciclagem, centros de educação ambiental, entre outros. Além disso, promover atividades práticas na escola, como a implementação de coleta seletiva, compostagem, criação de hortas e jardins, entre outras ações que envolvam os alunos diretamente.

Campanhas e ações pontuais

Promover campanhas e ações pontuais relacionadas à sustentabilidade, como o Dia Mundial do Meio Ambiente, a Hora do Planeta, a Semana do Meio Ambiente, entre outras datas que possam ser exploradas para sensibilizar os estudantes sobre a importância da preservação ambiental.

Formação de grupos de estudo

Finalmente, criar grupos de estudo ou clubes ambientais na escola, nos quais os estudantes possam se reunir para discutir e planejar ações sustentáveis, propor soluções para problemas ambientais locais, e compartilhar conhecimentos e experiências sobre o tema.

Para levar à sala de aula

A importância de levar ações sustentáveis para a sala de aula vai muito além de transmitir conhecimentos teóricos sobre meio ambiente e sustentabilidade. Essas ações práticas proporcionam aos estudantes a oportunidade de vivenciar na prática os valores e princípios da sustentabilidade, estimulando o desenvolvimento de uma sensibilidade ambiental crítica e responsável. Abaixo, separei dicas mão na massa para você incorporar ao seu planejamento.

1. Promover debates e discussões sobre questões ambientais atuais, como desmatamento, poluição, mudanças climáticas, entre outros, estimulando assim os estudantes a refletirem sobre as causas e consequências desses problemas e possíveis soluções.

2. Realizar atividades práticas, como visitas a áreas verdes, parques ecológicos, estações de reciclagem, entre outros, para que os alunos possam vivenciar na prática a importância da preservação ambiental.

3. Incentivar a realização de projetos de sustentabilidade na escola, como a implementação de coleta seletiva, campanhas de conscientização sobre o uso racional de recursos naturais e a criação de hortas escolares.

4. Integrar a temática da educação ambiental em diferentes disciplinas, como ciências, geografia, história e até mesmo matemática e português, de forma a abordar o tema de maneira interdisciplinar.

5. Estimular a leitura de livros, artigos e reportagens sobre meio ambiente e sustentabilidade, promovendo assim a reflexão e o debate sobre essas questões.

6. Organizar atividades extracurriculares, como palestras, workshops e oficinas, com profissionais e especialistas da área ambiental, para ampliar o conhecimento dos alunos sobre o tema.

7. Incentivar a participação dos estudantes em ações de voluntariado e projetos sociais que tenham como foco a preservação do meio ambiente, para que possam se engajar ativamente na causa ambiental.

Integrar ações sustentáveis ao currículo escolar não só contribui para a formação de cidadãos mais conscientes e responsáveis, mas também para a construção de um ambiente escolar mais sustentável e engajado com as questões ambientais. Portanto, é fundamental que a educação ambiental e a sustentabilidade sejam pautadas de forma transversal ao currículo escolar, garantindo que os estudantes adquiram conhecimentos e valores que os capacitem a agir de forma consciente e sustentável em todas as áreas de suas vidas e para contornar os danos causados pelos extremos climáticos, que infelizmente passaremos a sofrer com mais frequência.

Um abraço e até a próxima!

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública de SP, idelizou o trabalho de robótica com sucata, que é uma política pública e metodologia de ensino. Gestora, consultora e formadora docente, considerada uma das dez melhores professoras do Mundo pelo Global Teacher Prize, nobel da Educação. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autoras dos livros de Robótica com Sucata e Robótica com Sucata II - uma aventura pela criatividade.