Coluna Olhares

E se a Copa do Mundo fosse da Educação?

Bandeirolas, gritos, torcida, emoção e união! Um país mobilizado para o futebol!

E sim, tudo bem torcer e curtir, afinal  no “país do futebol”, quase não dá para ficar de fora!

Mas já pensou se essa mobilização  toda fosse pela educação? Se a grande jogada fosse a Copa do Mundo da educação, com a conquista da aprendizagem para todos?

Então venha nessa brincadeira refletir seriamente sobre  a importância da priorização da Educação em nosso país.

Na nossa copa do Mundo da Educação, precisamos ser todos  ganhadores. Afinal se nossas crianças, adolescentes e jovens tiverem acesso a uma educação pública de qualidade, todos nós saímos ganhando.

Também não há adversários, somente aliados e parceiros. Não devem haver competições, pois  se não juntarmos esforços por um pacto nacional pela educação pública de qualidade, continuaremos sempre em repescagem.

Estamos muito longe do Hexa na Educação!

Temos muito ainda que trabalhar nesse sentido, avançamos pouco e retrocedemos ainda mais com a pandemia da COVID 19, prova disso são as nossas dificuldades em vencer as Metas estabelecidas pelo PNE, Plano Nacional de Educação, em 2014, no qual foram estabelecidas 20 metas para educação Brasileira que têm que ser cumpridas até o ano 2024.

Na alfabetização, por exemplo, no PNE, a Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental.

Segundo o Observatório do PNE, “Em 2016, 45,3% das crianças do 3º ano do Ensino Fundamental tinham aprendizagem adequada em leitura.” Isso sem contar os prejuízos na aprendizagem, com o impactos do ensino remoto e outros fatores na pandemia.

Confira a escalação!

Não há Copa sem times, e no Time da Educação, todos estão escalados, cada um na sua posição, dando o seu melhor.

Na defesa da Educação, precisam jogar os conselhos em todos os níveis. Os comitês, sindicatos e todos  outros colegiados, Redes de Ensino, além do terceiro setor, como também o legislativo, judiciário e o executivo em todas as suas esferas. Por fim  a sociedade como um todo, afinal educação é direito, que deve ser garantido, com compromisso e responsabilidade de todos nós. É mais do que necessário, é urgente a defesa da educação como  um bem público e uma política de Estado!

Os professores e coordenadores pedagógicos jogam no meio de campo. Nas escolas, apoiam a defesa da educação e “abrem o jogo”, criando alternativas para que nossos estudantes avancem e marquem o gol do aprendizado. Para isso, professores mediam e facilitam o processo de aprendizagem, dando  autonomia para seus estudantes, “jogadores atacantes”,  construírem sua trajetória na educação. Para isso precisamos repensar nossa prática, nos apropriarmos de novas metodologias, ter acesso a recursos tecnologias, instrumentos e equipamentos e tudo mais que transforme esse campo em um terreno fértil para o conhecimento.

O esquema tático é essencial!

O plano de jogo, nosso esquema tático, fica por conta de Redes e escolas, com apoio do terceiro setor, com suas Ongs, Institutos, Fundações, etc., que estão em campo a muito tempo em nosso país, atuantes como só eles, que aliás foram verdadeiros craques no apoio aos professores nessa pandemia e agora com conteúdos e orientações para recomposição da aprendizagem.

Por falar nisso,  a  posse de bola está  agora com a recomposição da aprendizagem, que pelo que se indica no momento que vivemos, com os  resultados preocupantes  da aprendizagem dos nossos estudantes, a evasão que cresceu ainda  demais, entre outros obstáculos, será nossa grande aposta para o próximo ano, para ajustar ações pedagógicas, planejar formações para que os professores criem situações de aprendizagem significativas e potentes, para impulsionar o processo de ensino e aprendizagem, para acelerar a aprendizagem, para a priorização do currículo, para a acolhida como ação permanente em nossas escolas e finalmente para entendermos  o processo de avaliação como imprescindível para guiar todo o planejamento, para grandes resultados nos próximos anos.

Por isso chega de bola na trave, de sufoco nos pênaltis, de cartão vermelho, na educação do nosso país! Só podemos aceitar o cartão amarelo como pontos de atenção a considerar, e que cada Rede de Ensino precisa repensar para corrigir ações, planejamento e repensar rumos.

Vamos juntos vestir a camisa da educação!

A camisa 10, que é para todos nós. Mas não dá para ficar só na torcida, e nem na reserva, é preciso entrar em campo com vontade, com energia, com pesquisas, com avaliação, com ações pontuais para atender as reais necessidades de aprendizagem dos nossos estudantes, com teoria que embasem a nossa prática pedagógica, com investimento, com compromisso e responsabilidade!

Estão todos convocados!  Se a bola chegar diretamente para você, chute para o gol, mas se a bola da educação desviar e sair do campo, chame o gandula e avise: “CORRE, A EDUCAÇÃO BRASILEIRA  É A NOSSA PRIORIDADE!”

Que seja assim o país da Educação!

Abraços e até a próxima!

Mara Mansani

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Professora há quase 30 anos, lecionou em vários segmentos, da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental, passando também pela Educação de Jovens e Adultos (EJA). Recebeu o Prêmio Educador Nota 10, na área de Alfabetização, com o projeto Escrevendo com Lengalenga. Atualmente, assina a coluna Olhares no blog Redes Moderna.