Coluna Ativar

Apresentação de trabalho: 3 diferentes formatos para fugir do óbvio

É como dizem: “quem não se comunica, se trumbica”. Comunicar-se de forma clara e eficiente exige uma série de habilidades, que são desenvolvidas com muito treino. E nós sabemos muito bem disso, já que o nosso trabalho envolve a comunicação o tempo todo, não é?

Mas com o passar do tempo, temos perdido, cada vez mais, a “necessidade” de falarmos uns com os outros diretamente. Um exemplo claro da perda de espaços de comunicação é a troca da boa e velha ligação telefônica para pedir comida, a qual exigia desenvoltura de fala, pelos aplicativos que reduzem a comunicação oral pela seleção dos itens a serem pedidos direto pelo aplicativo: sem falar com um humano.

E não para por aí: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define na competência 4: 

4.Comunicação — Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Objetivo: Expressar-se e partilhar informações, sentimentos, ideias, experiências e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo

Pensando nisso, nós acreditamos ser possível o desenvolvimento de habilidades comunicacionais de diferentes maneiras e com o uso de diferentes gêneros textuais. 

Vamos a algumas ideias práticas?

Podcast

Esse gênero textual permite que o professor desenvolva uma série de habilidades. Afinal os alunos precisariam fazer um roteiro, gravar e editar o material, além de usar a criatividade para criar um episódio que prenda a atenção dos colegas. De quebra, com esse tipo de produção de texto, podemos trabalhar a superação da vergonha de falar em público, afinal no podcast não precisa aparecer.

Programa de TV

Aqui, a ideia é os alunos transformem as falas e pesquisas do seminário em um programa de TV. Eles podem fazer um talk show ao estilo do programa Lady Night, ou um programa de entrevista como o de Frente com Gabi. Além do conteúdo, você vai promover belos momentos de criatividade e trabalho em grupo. E, de quebra, vai ser super divertido. 

Esse formato já deu muito certo em uma sala de aula real, veja o resultado:

Stories no Instagram

o aluno, por meio desse tipo de atividade, pode trabalhar três pontos: 1) condensar o conteúdo é um tempo mais curto, afinal não é legal criar stories muitos longos, então trabalha-se a habilidade de resumir; 2) perder o medo de aparecer nas redes sociais, apesar de nossos alunos serem da era digital, nem todos estão preparados para aparecer; 3) por fim, é importante desenvolver conhecimentos sobre a tecnologia como utilizar o app escolhido e de edição. 

Pode parecer estranho ensinar os alunos a atrapalharem com aplicativos e redes sociais, como é o caso da ideia 3, afinal não é a própria tecnologia que acaba atrapalhando o desenvolvimento da comunicação em nossos estudantes? Sim! Mas, não podemos nos esquecer de que esses formatos de texto fazem parte da vida dos jovens e eles, na maioria dos casos, ainda precisam de um processo de alfabetização digital, por esse motivo, surge o problema de não saberem conversar direito.  

Diante disso, fica também ao professor o dever de ensinar como escrever, falar e se comunicar nesse ambiente digital, então por que não trazer para a sala de aula espaços que permitam esse tipo de aprendizagem? Afinal, o processo de comunicação é muito mais digital, atualmente, então precisamos estar preparados para isso também. 

E ai, prof, o que acha de transformar seus seminários e trabalhos em alguns dos formatos que trouxemos aqui?

Um super abraço,

Prof. Dra. Emilly Fidelix I @seligaprof
Texto em coautoria com a Prof. Patrícia Casagrande I @prof.paticasagrande

About author

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Criadora do @seligaprof, onde impacta milhares de professores de todo o Brasil, palestrante e formadora de professores. É doutora em História Cultural (UFSC), especialista em Tecnologias, Comunicação e Técnicas de Ensino (UTFPR), professora de pós-graduação no Instituto Singularidades. Atua nas áreas de metodologias ativas, storytelling aplicado à educação e BNCC.