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5 coisas que você precisa saber sobre saúde mental 

Em tempos tão difíceis e complexos, é necessário priorizarmos a nossa saúde mental e de nossos estudantes! Quando olhamos para o processo de ensino de aprendizagem, isso se torna ainda mais latente, por diversas razões e necessidades, mas sempre devemos ter em mente que a Educação é feita de pessoas

Se antigamente dávamos ênfase na educação ao processo de cognição, hoje a prioridade é uma educação pautada na integralidade da pessoa e, por isso, reunimos sugestões que vão facilitar esse trabalho no dia a dia e alguns pontos essenciais que você precisa saber para levar a saúde mental para dentro da sala.  

  1. Um norte a Educação chamado Base Nacional Comum Curricular – BNCC 

Pela primeira vez na história na Educação, temos um documento que serve tanto para a esfera pública, quanto para a privada e que dá um norte para o desenvolvimento de competências e habilidades nos nossos estudantes. Quando olhamos para a Base Nacional Comum Curricular, a BNCC e, também, para suas 10 competências, vemos de maneira explicita a necessidade de trabalhar e desenvolver nos estudantes as habilidades socioemocionais: 

E esse, sem dúvida, é o primeiro passo que devemos dar e prever no planejamento das aulas, realizando essa articulação entre o currículo e as habilidades e competências que precisamos desenvolver ao longo da escolarização junto aos estudantes.  

  1. Saúde Mental como rotina escolar 

Como sabemos, o termo está relacionado a capacidade do ser humano de conhecer seus sentimentos e emoções e aprender a utilizá-los em seu benefício e do próximo. Um aprendizado que requer autoconhecimento e autocuidado em que o ser humano lida com emoções e aplica de maneira saudável na relação com o outro.  E este é o desafio do cotidiano, aprender lidar com emoções e sentimentos e usá-las no cotidiano em prol do outro.    

A escola é uma oportunidade para exercitar esses elementos, de modo que possa desenvolver as habilidades socioemocionais, junto ao currículo diversificado e flexível. Para isso, temos diversas possibilidades, que passam por atividades e que contemplam o projeto de vida e acolhimento, permitindo que durante a escolarização o estudante vivencie e lide com diversas situações reais que ajudarão no fortalecimento futuro. 

  1. Exerça sempre a escuta ativa 

Precisamos enxergar que a escola não é apenas um ambiente de aprendizado e que ensina conteúdos, ela é muito além disso! É, também, um local de integração e socialização em que é possível pautar o ensino em valores integrais, como a escuta ativa e atenta. Assim, um dos primeiros passos para o desenvolvimento da saúde mental é aprender a ouvir os estudantes e deixá-los falar sobre suas emoções e transformar isso em rotina escolar durante as aulas.  

O tema pode ser levado de diversas formas, como no início das aulas, através de trechos de músicas, vídeos, textos, discussão de estudos de casos, e o professor também pode (e deve) comentar seus sentimentos e emoções e como tem superado questões de frustração, persistência, autocontrole, autocuidado, entre outros. Essa ação possui resultados incríveis, em que o professor pode se aprofundar e desenvolver outras atividades como: termômetro de emoções, diário de bordo da sala, realizar uma atividade no museu da pessoa e ou trabalhar com aplicativos como o 7 waves: projeto de vida, ou simplesmente promover rodas de conversas.  

  1. Processos colaborativos e empáticos 

Trabalhos colaborativos e integradores são outra possibilidade de estimular a saúde mental e compartilhar emoções e sentimentos, além de mobilizar as diferentes áreas do conhecimento, os estudantes trocam experiências o tempo todo com o outro, aprendendo a lidar com o processo de empatia e colaboração, tornando-se mais resilientes, por conta do compartilhamento de frustrações, angústias e curiosidades, participando ativamente do seu processo de aprendizagem.  

Além disso, temos diversas formas de abordar esse trabalho e uma delas é o mão na massa que permite que os estudantes utilizem da cultura maker para construir diferentes projetos, mas pode ser uma construção de um varal de sonhos, um varal de emoções, uma caixa de emoções e ou uma capsula do tempo.  

  1. Invista em atividades extracurriculares 

Atividades extracurriculares são excelentes oportunidades para o desenvolvimento de competências e habilidades socioemocionais. E temos uma infinidade de possibilidades que podemos associar ao currículo como atividades como: teatro, música, dança, esportes, artes que extraem dos estudantes reações e fazem com que lidem com diferentes situações.  

Além do mais, essas atividades permitem que os estudantes trabalhem com suas emoções e sentimentos, ao expor atividades que mais se assemelham aos seus gostos e projetos de vida.  

Esse é o momento para levarmos as nossas salas de aula competências e habilidades que possam desenvolver a saúde mental, permitindo que a escola seja integral e humanizadora, mas sem esquecer que nos professores, precisamos de cuidados também! 

Um abraço e até a próxima.   

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública de SP, idelizou o trabalho de robótica com sucata, que é uma política pública e metodologia de ensino. Gestora, consultora e formadora docente, considerada uma das dez melhores professoras do Mundo pelo Global Teacher Prize, nobel da Educação. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autoras dos livros de Robótica com Sucata e Robótica com Sucata II - uma aventura pela criatividade.