Autores ModernaColuna Olhares

05 dicas para fortalecer a parceria escola e família

Benefícios que a dinâmica escola e família proporcionam para os alunos dentro e fora de sala de aula

O desenvolvimento integral e o avanço da aprendizagem dos nossos estudantes, se beneficiam e potencializam quando a Educação ultrapassa os limites da sala de aula e principalmente quando as famílias e a escola são parceiros em ações e incentivos nesse sentido.

Mas como estabelecer uma boa parceria com as famílias?

Em primeiro lugar é preciso mudar nossa postura e olhar, para entender que pais e responsáveis não são nossos opositores e que todos tem responsabilidade na educação dos estudantes, mas cada qual em seu papel.

Perdemos tempo, energia e trabalho, quando alimentamos esse troca de troca de culpas. “Não vai bem nos estudos, porque a família não colabora, não educa, não se importa!”; “Não está aprendendo, porque os professores não ensinam, não se importam com o estudante!”. 

Essas falas retratam o quanto é difícil essa relação entre escolas e famílias e sinalizam que temos problemas, mas que também as possibilidades de soluções podem ser conjuntas.

Compartilho com vocês, cinco dicas para repensar, propor ações, estabelecer e fortalecer essa parceria:

1. Uma boa comunicação!

Para isso, uma linguagem clara, objetiva e apropriada, evitando termos técnicos que não são conhecidos por quem não é profissional da educação.

Por exemplo, durante o período remoto, no contexto familiar, na fase mais aguda da pandemia pela Covid, a mãe de uma criança, que não era meu aluno, me perguntou: “O que é essa tal de família silábica? Eu e meu filho não conseguimos fazer a lição que a professora enviou, porque não sabemos o que é isso. O que é que essa professora está pensando?”.

A atividade era simplesmente preencher lacunas nas palavras com as silabas LA, LE, LI… Tirando o fato de talvez não ser a atividade mais adequada, o problema está na linguagem usada. O que muitas vezes parece obvio para professores, nem sempre é para as famílias. Um cuidado nesse sentido evita transtornos, reclamações e resistências de ambos os lados, entre escola e família.

2. Ética e empatia!

Também estão relacionadas a comunicação, mas vão além. Combinados para uma boa convivência, em grupos de WhatsApp e mesmo em reuniões /encontros presenciais, por exemplo, ajudam nessa parceria.

Muitas vezes, mandamos comunicados impressos nas agendas escolares dos alunos, e o mesmo também enviado nos grupos de WhatsApp e em outros canais de comunicação, mesmo assim, recebemos mensagens de pais e ou responsáveis, perguntando sobre o que já foi informado.

A vontade pode ser de responder simplesmente que já foi comunicado as famílias ou “não viu as mensagens acima”, ou algo do tipo, mas um pouco de paciência, calma e empatia podem fazer a diferença. Logicamente, se for uma situação recorrente, é melhor pontuar especificamente com a família, mas de forma respeitosa e em particular, sem expor uma situação que pode estressar a todos

Já recebi mensagens de famílias, informando algo ou pedindo algum esclarecimento, fora do meu horário de trabalho, em grupo de WhatsApp da turma, mas são casos pontuais, de famílias que só retornam à noite para casa, nesses casos especificamente, me colocando no lugar dessas famílias, retorno me colocando sempre à disposição.

3. A escola espaço da comunidade!  

A família precisa se sentir pertencente da comunidade escolar, o que não dá para acontecer só nas reuniões bimestrais. Sem contar que as reuniões de pais e professores, não devem se resumir a um encontro de reclamações, ou simplesmente de se passar informações sobre a aprendizagem.

É preciso, diálogo, trocas! Um bom ponto de partida e refletir junto com a família: “O que podemos fazer juntos e especificamente em nossos papéis para que ele, nosso estudante, se desenvolva e avance no processo de aprendizagem?”. Então, a partir desse diálogo estabelecer ações nesse sentido, com cronograma, metas a serem seguidas.

Outro ponto importante é  que pais e responsáveis, as famílias, possam se encontrar na escola também  para curtir suas crianças, adolescentes e jovens em apresentações culturais, para conhecer o que eles vêm produzindo, para colaborar e ou transformar o espaço escolar, para assembleias onde todos possam dar suas contribuições para que a escola seja realmente um  ambiente fértil de convivência e aprendizagem , de educação de qualidade para todos.

4. Facilitar e orientar as tarefas!

Enviar vídeos, ou tutoriais escritos, ou áudios, para  apoiar pais e responsáveis na orientação ao estudante no contexto familiar, na realização de tarefas para casa, para algum estudo necessário que se consolidará em sala da aula, no estudo híbrido por exemplo, em uma sala de aula invertida, entre outros.

Na maioria das vezes não funciona apenas enviar a atividade, o número de página, sem contextualizar, sem explicar o objetivo e intencionalidade de determinada tarefa.

5. Projetos especiais com as famílias!

A escola pode propor projetos para maior participação das famílias na educação de seus filhos. Em uma escola em que trabalhei todos os anos fazíamos gincanas onde pais e responsáveis junto com suas crianças, participavam de provas divertidas, mas que sempre traziam uma reflexão. Uma delas era estourar bexigas, ora os pais, ora as crianças, onde respondiam perguntas do tipo, “O que você mais ama em seu filho?”, ou “O que sua família faz que te ajuda mais nos estudos?”.

Em outra escola que conheci, tinha a “Escola de Pais”, onde na reunião bimestral as famílias faziam tarefas se colocando como alunos, para entender tudo o que era necessário e envolvia determinado estudo. Era incrível, ver a compreensão que acontecia a partir dessa participação! Em uma das escolas que trabalho atualmente, temos palestras de orientação sobre bullying, assédio sexual, entre outros temas importantes atualmente na infância e adolescência.

Esses são cinco dicas para a nossa reflexão, entre tantos, mas o que realmente importa é acreditar, estabelecer e fazer ações, para que a parceria produtiva com as famílias realmente aconteça.

Para aprofundar o estudo e o entendimento sobre a importância do diálogo entre Escola e Família, e inspirar ações em sua escola, sugiro a leitura desse livro maravilhoso, da Comunidade educativa CEDAC, Moderna e Fundação Santillana:

Diálogo escola-família, Parceria para a aprendizagem e o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens

Conte nos comentários como anda a sua parceria com as famílias dos seus alunos, já faz uso de alguma dessas dicas, ou compartilhe aqui ações diferenciadas nesse sentido.

Vamos fazer a Educação acontecer juntos! Um abraço e até a próxima!

Mara Mansani

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Professora há quase 30 anos, lecionou em vários segmentos, da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental, passando também pela Educação de Jovens e Adultos (EJA). Recebeu o Prêmio Educador Nota 10, na área de Alfabetização, com o projeto Escrevendo com Lengalenga. Atualmente, assina a coluna Olhares no blog Redes Moderna.