Coluna Educação Inovadora

Ferramentas digitais para inserir no planejamento

Que tal começar o ano inserindo ferramentas digitais no seu planejamento?! O uso de ferramentas digitais na educação possibilita a inovação e a mudança efetiva no processo de ensino e aprendizagem. É possível usar celulares e tablets e suas ferramentas no modo offline!

Essa transformação está pautada na mudança de hábitos e paradigmas em nós professores, e é capaz de alterar relações diárias, gerar colaboração e empatia. Não basta esperar que a transformação chegue à sala de aula: ela precisa ser um ponto de partida dentro do ambiente escolar, onde o planejamento é o ponto chave para que isso ocorra.

A chegada da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deixa evidente a necessidade de trazer a tecnologia para dentro da sala de aula. Segundo a Base, ao longo da Educação Básica os estudantes devem desenvolver a competência para:

Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para se comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias, produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos autorais e coletivos.

BNCC, 2018

A seguir, apresentamos maneiras e ideias para inserir ferramentas digitais no seu planejamento, trabalhando com a tecnologia de maneira relevante e integrada ao dia-a-dia da turma.

Ambientes virtuais

Nossos alunos nasceram nessa era e navegam em ambientes virtuais. Eles se comunicam com desenvoltura nesse meio. É necessário inserir as aulas neste contexto, incentivando e orientando a interação nesses espaços, que têm muito acrescentar à prática pedagógica. Para o professor, é uma oportunidade de identificar tarefas que podem ser realizadas no meio digital.

As ferramentas são infinitas; se sua preocupação é a idade correta, você pode utilizar o Edmodo, aplicativo desenvolvido para a educação, no qual é possível criar grupos, comunidades e fóruns de discussão com temáticas específicas relacionadas ao currículo estudado, permitindo uma extensão da sala de aula.

Textos digitais

A forma com que se dá a leitura também está mudando, e é essencial trabalhar textos digitais nas aulas, permitindo ampliar o conhecimento acerca de uma temática, elucidando e ilustrando conceitos, momentos históricos, esclarecendo vocabulários e trabalhando com informações e fontes relevantes ao contexto digital.

Os textos multimodais permitem links, imagens, vídeos, referências e diversos formatos de informações adicionais, que possibilitam a transformação na forma de ler e de produzir os textos.

Gêneros Digitais

Como a leitura se modificou a forma de também lidar com os gêneros passou para a esfera digital. Além dos nossos alunos serem produtores de tecnologia, eles necessitam ser produtores e é possível trabalhar com produção dos novos gêneros digitais: blogs, tweets, mensagens instantâneas, memes, GIFs, vlogs, fanfics etc.

O trabalho com esses gêneros pode ser explorado em diferentes áreas do conhecimento, valorizando o trabalho interdisciplinar, conforme prevê a BNCC.

Ferramentas colaborativas

Uma forma de engajar os alunos com o planejamento é torná-los parte da construção do conhecimento. Mobilize a produção de blogs e a interação com imagens, comentários, vídeos e produções textuais.

O Google Docs é um exemplo de ferramenta gratuita, que funciona muito bem com celulares e tablets e favorece a interação e a colaboração, permitindo comentários e retornos instantaneamente.

Diferentes formas de promover a avaliação

A forma de avaliar também pode ser realizada na esfera digital: você pode desenvolver avaliações, pesquisas e questionários utilizando ferramentas gratuitas, como o Google Forms, trabalhando de forma prática e prazerosa.

Tendências Digitais

Utilizar elementos lúdicos estimula e engaja os estudantes no processo de aprendizagem, tirando-os da passividade e trazendo-os para o centro da aprendizagem; entre as tendências estão:

  • Realidade Virtual – A realidade virtual é uma tecnologia de interface entre um usuário e um sistema operacional, que tem o objetivo de recriar ao máximo a sensação de realidade. Ela apresenta aos nossos sentidos (paladar, tato, olfato, visão e audição) um ambiente virtual que podemos explorar de várias formas. Esse ambiente funciona através dos óculos VR de uma maneira simples: basta baixar, no celular, as fotos ou os vídeos em 360° graus, que são imagens tiradas em sequência e agrupadas. O Google fornece o modelo dos óculos Google Cardboard e você pode fazer os óculos junto com sua turma.
  • Programação – A linguagem de programação pode ser trabalhada em diferentes contextos e propostas; além de ser uma propulsora do ensino de robótica, serve também para produzir jogos e criar narrativas digitais. O Scratch é um software totalmente gratuito e que pode ser trabalhando de forma off-line, permitindo interação e o aprendizado através do raciocínio lógico.

E você, querido professor, quais ferramentas estão contempladas no seu planejamento? Conte aqui nos comentários e ajude outros docentes a inovar em sala de aula neste ano.

Um abraço,

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública de SP, idelizou o trabalho de robótica com sucata, que é uma política pública e metodologia de ensino. Gestora, consultora e formadora docente, considerada uma das dez melhores professoras do Mundo pelo Global Teacher Prize, nobel da Educação. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autoras dos livros de Robótica com Sucata e Robótica com Sucata II - uma aventura pela criatividade.