Coluna Escola Diversa

5 pontos de alerta nos casos violência emocional na escola

Olá! Espero que estejam bem. Hoje temos mais um assunto de extrema importância. 

A violência emocional, embora menos visível que a violência física, pode ter efeitos devastadores na saúde mental e no desenvolvimento dos alunos. É crucial que educadores, familiares e até outros alunos estejam atentos a sinais que possam indicar essa forma de violência. 

Aqui estão cinco pontos de alerta:

1. Mudanças Comportamentais

  • Sinais: O aluno pode se tornar mais isolado, evitar interações sociais ou apresentar mudanças drásticas em seu comportamento habitual.
  • O que observar: Queda no desempenho acadêmico, desinteresse por atividades que antes gostava e alterações no humor.

2. Baixa Autoestima

  • Sinais: O aluno pode demonstrar insegurança, autocrítica excessiva e expressões de desvalorização.
  • O que observar: Comentários negativos sobre si, hesitação em participar de atividades em grupo e busca constante por aprovação.

3. Ansiedade e Estresse

  • Sinais: O aluno pode apresentar sinais de ansiedade, como nervosismo excessivo, dificuldade de concentração e queixas físicas (dor de cabeça, dores de estômago).
  • O que observar: Mudanças no sono, irritabilidade e comportamentos de evitação, como não querer ir à escola.

4. Relacionamentos Tóxicos

  • Sinais: O aluno pode estar envolvido em amizades ou grupos que promovem comportamentos abusivos, como bullying ou exclusão.
  • O que observar: Relatos de situações em que o aluno se sente desrespeitado ou menosprezado por colegas, ou até mesmo por professores.

5. Expressões Artísticas ou Escritas

  • Sinais: O aluno pode expressar sua dor emocional por desenhos, redações ou outras formas de arte que reflitam tristeza, raiva ou solidão.
  • O que observar: Conteúdos que abordam temas de violência, isolamento ou desespero, que podem indicar uma luta interna.

A violência emocional na escola é uma questão séria que requer atenção e ação. Identificar esses sinais precocemente pode ajudar a proporcionar o suporte necessário aos alunos afetados. É fundamental promover um ambiente escolar seguro e acolhedor, onde todos se sintam respeitados e valorizados. A conscientização e a educação sobre o tema são passos importantes para prevenir e combater a violência emocional nas escolas.

O que fazer, se entender que um aluno está tendo pensamentos suicidas? 

Sofrer violência emocional dentro e fora da escola pode ter um efeito devastador na vida dos estudantes. Embora a palavra suicídio possa provocar arrepios,  a verdade é que este é um assunto sempre muito cheio de tabus. Mas precisamos falar sobre isso, com seriedade e responsabilidade.

Medidas que apoiam nesta condução:

Levar a situação a sério

  • Escuta: Se o aluno expressou pensamentos suicidas ou comportamentos autodestrutivos, é crucial ouvir sem julgamentos.
  • Não minimize: Evite dizer coisas como “isso não é tão sério” ou “você vai superar isso”. Falas como esta, mesmo que seja boa a intenção, é um tipo de comunicação violenta.

Conversar com o aluno

  • Crie um ambiente seguro: Converse em um local privado e tranquilo. Procure saber da família se o aluno está em terapia ou algum outro acompanhamento. O diálogo e alinhamento com a família é imprescindível. Ao mesmo tempo, tenha cuidado sobre como conduzir essa conversa com a família sem que o estudante se sinta traído em sua confiança. Alguns estudantes acabam por se abrir com um professor, professora ou outro profissional da escola com quem se sente seguro e a vontade e, quando sabe que suas falas foram expostas a outras pessoas, o efeito pode ser devastador. Ao mesmo tempo, é preciso agir, pois a vida do estudante pode estar em risco. Não há sempre uma receita pronta. É fundamental avaliar o cenário e ter cuidado a cada tomada de ação. Não faça isso sozinho/sozinha/ Busque apoio com seus colegas da escola para que juntos cheguem a uma decisão sobre o melhor a ser feito. 

Buscar ajuda profissional

  • Acione um especialista: Leve a situação a um conselheiro escolar e avalie a necessidade de condução junto a um psicanalista ou psicólogo. 
  • Contate a família: Se for seguro e apropriado, informe a família sobre a situação, mas também, dentro do possível, avalie se o caso pode ser mais grave, demandando algum tipo de denúncia. 

Manter a segurança do aluno

  • Supervisão: Se você acredita que o aluno está em risco imediato, não o deixe sozinho. Acompanhe-o até que um profissional possa assumir a situação.
  • Remova objetos perigosos: se possível, tente garantir que o ambiente ao redor do aluno esteja livre de objetos que possam ser usados para causar dano.

Apoio contínuo

  • Ofereça apoio emocional: mostre que você se importa e que está disponível para ouvir e ajudar.
  • Incentive a terapia: Sugira que o aluno busque terapia

Estudar sobre suicídio

  • Conhecimento é poder: Familiarize-se com os sinais de alerta e recursos disponíveis para ajudar alunos em crise. Isso pode incluir linhas de apoio e serviços de saúde mental.

Conclusão

A vida de um aluno é preciosa, e agir rapidamente pode fazer a diferença. Não hesite em buscar ajuda e suporte profissional. A prevenção do suicídio é uma responsabilidade coletiva, e cada passo que você dá pode contribuir para salvar uma vida.

Já sabem que este é um assunto importante, que não acaba nem aqui, nem lá, já que muito ainda precisamos falar. Então, já estou indo embora, mas te encontro já, já!

Até breve!

Janine Rodrigues

Educadora, Psicanalista, Escritora

Fundadora e Diretora da Piraporiando – Educação para as relações étnico-raciais, antirracista, de equidade de gênero, classe e raça baseada na cultura do afeto

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Gestão Socioambiental, com especialização na mesma área pela UFRJ, Janine Rodrigues começou a escrever aos 8 anos de idade e hoje, além de escritora, é educadora e fundadora da Piraporiando, uma das 10 Edtechs mais importantes da América Latina. A Piraporiando é voltada à Educação para a diversidade e desenvolve experiências e conteúdos antirracistas, antibullying, antipreconceito e de promoção da equidade de gênero. Eleita pela Forbes como uma das 12 pessoas negras mais inovadoras, Janine trabalha pela qualidade da educação no Brasil e, atualmente, assina a coluna Escola diversa no blog Redes Moderna.