Coluna Educação Inovadora

Como trabalhar as modalidades do ensino híbrido durante as aulas

Tenho conversado com muitos educadores pelo Brasil e no mundo e muitos me relatam que possuem dúvidas de como trabalhar as modalidades do ensino híbrido durante as aulas.

O primeiro ponto é compreender que o ensino híbrido não é uma nova ideia, mas uma metodologia ativa que visa a personalização do ensino e mescla a aprendizagem online e presencial em que a regra deve se adaptada conforme a necessidade do professor.

Com a pandemia e as aulas mediadas por tecnologias, surgiu a necessidade de intensificar novas abordagens de ensino e agora a necessidade de transpor a interatividade destas aulas de volta para o presencial.

E a melhor forma é inserir novas abordagens de ensino, como a híbrida, que irá combinar modalidade ativa com a realidade do território educativo ao colocar o estudante como protagonista de todo processo de aprendizagem e o professor como mediador deste processo.

E é neste momento que a tecnologia pode ser uma grande aliada ao processo de ensino de aprendizagem ao fazer uso de aparatos tecnológicos, explorando vídeos, gêneros digitais, jogos, entre outros, em que a autonomia do estudante é altamente valorizada e estimulada.

Desta maneira, o modelo híbrido torna os estudantes protagonistas, fazendo com que sejam agentes ativos na construção do conhecimento e em que o papel do professor e fazer intervenções e propor atividades baseadas no currículo permitindo que o estudante aumente sua carga horária de estudos, se comprometa com sua aprendizagem e traga personalização do ensino. A seguir, vamos conhecer suas modalidades.

Modalidades do Ensino Híbrido

Agora que conhecemos sua importância, chegou a hora de se aprofundar nas suas modalidades, ao ler sobre as modalidades, faça um exercício de como levar cada modalidade associando sua área do conhecimento e o ciclo de aprendizagem que atua, a fim de promover uma aprendizagem significativa e desruptiva. Vamos juntos!?

Rotação por estações

No modelo de rotação por estações, o espaço da sala de aula (e ou outro espaço da escola) é dividido em estações de trabalho e cada uma delas tem um objetivo específico, ainda que direcionadas para o objetivo central da aula. A ideia é que os estudantes circulem entre as estações diferentes com um tempo determinado, aprendendo partes de um tema central, em que o professor mescla com elementos interativos.

Nessas estações os estudantes possuem autonomia para circular, aprender com ele próprio e com outro, personalizando o seu aprendizado. É importante ressaltar, porém, que essas estações sejam independentes umas das outras, ou seja, complementares.

Rotação individual

A rotação individual, é similar a rotação entre estações, só que com o foco no individual de forma singular, pensando em suas dificuldades e necessidades.

Laboratório rotacional

O laboratório rotacional propõe que os alunos alternem entre dois espaços, sendo um deles um espaço com aparatos tecnológicos e ou não, como jogos e outros elementos interativos.

No laboratório rotacional os estudantes utilizam das ferramentas tecnológicas para complementar o que será ensinado em outro espaço, podendo ser uma sala de aula tradicional, um laboratório de ciências ou até mesmo um espaço externo (quadra esportiva, sala de leitura).

Da mesma forma que funciona a rotação por estações, as atividades devem ser pensadas de forma a que exista um tempo específico para os alunos estarem em cada ambiente e que realizem as atividades complementares, alterando os espaços.

Sala de aula invertida

A sala de aula invertida é um modelo que rompe com a educação tradicional. Como o nome sugere, é um modelo que inverte a lógica da sala de aula, ou seja, os estudantes aprendem novos conteúdos através de curadoria, e utilizam o espaço da sala de aula para se aprofundar sobre o tema, tirar dúvidas e fazer exercícios.

Esse modelo é extremamente benéfico tanto para estudante quanto para professores, pois aumenta o rendimento em sala de aula, algo que é muito importante, especialmente em aulas curtas – cerca de 50 minutos em que o modelo atua antes, durante e depois.

Flex

É considerado um modelo disruptivo em que o estudante recebe roteiros por uma plataforma digital e realiza as atividades, com o apoio do professor e ou tutor, mas exercendo a autonomia. Um dos benefícios dessa modalidade é poder intercalar atividades individuais e coletivas.

À la carte

Esse modelo é extremamente desafiador e costuma a funcionar bem em escolas que já adotam a personalização da educação. Aqui o estudante é o responsável pela organização do seu estudo a partir de objetivos gerais de aprendizagem em que pode escolher uma ou mais disciplinas eletivas e realizá-las de forma online. Importante reforçar que isso não afeta as disciplinas obrigatórias, que devem ser realizadas na escola.


Agora que conhecemos um pouco mais sobre suas modalidades e potenciais de aprendizado, você pode olhar para o seu planejamento e incluir aquela que melhor se adequará ao processo de ensino de aprendizado, lembrando sempre que é um processo cultural em que ganha a aprendizagem e a educação integral.

Um abraço!

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública de SP, idelizou o trabalho de robótica com sucata, que é uma política pública e metodologia de ensino. Gestora, consultora e formadora docente, considerada uma das dez melhores professoras do Mundo pelo Global Teacher Prize, nobel da Educação. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autoras dos livros de Robótica com Sucata e Robótica com Sucata II - uma aventura pela criatividade.