Muitos professores possuem dúvidas sobre a cultura maker ou sobre como trabalhar com o movimento do “faça você mesmo”. Esse texto é um convite a refletir as muitas possibilidades de trabalho e compreender mais sobre o universo maker. Vamos juntos?
A cultura maker é a porta de entrada para trabalhar com inovação e convida estudantes e professores a aprenderem por meio de experimentações, além de permitir o protagonismo juvenil ao estimular a criatividade, o pensamento lógico e o trabalho a partir de problemas reais.
Para trabalhar com o universo maker não é preciso ter espaços de aprendizagem dedicados, basta reorganizar o mobiliário, montar cantos com materiais e ferramentas e exercitar a criatividade. Mas é importante saber que muitas escolas possuem espaços dedicados com equipamentos como impressora 3D, cortadora a laser e insumos para a robótica para o trabalho digital e para atividades concretas e desplugadas que incluem costura, bordado, marcenaria, animação, modelagem em 3D com massinhas e outros.
Ser maker é, antes de tudo, ter uma atitude e transformar a aula em aprendizado colaborativo! É realizar atividades e vivenciar experiências. Desta maneira, é um grande guarda-chuva para trabalhar com o pensamento computacional e tenho certeza de que você realiza trabalhos incríveis e que já é um maker. Mas, afinal, como flexibilizar isso no currículo? Confira a seguir.
Cultura maker no currículo
A cultura não substitui o currículo, mas impulsiona a fazê-lo em um formato diferente! Posso trabalhar em uma aula de história com o tema central sobre o Egito e, para isso, reproduzir storytelling com os estudantes e criar jogos no Scratch (link https://scratch.mit.edu/). Ou posso incluir nas aulas de Ciências a questão ambiental e abordar a reciclagem de materiais e, a partir deste trabalho, mobilizar outras áreas do conhecimento, sem perder de vista a questão ambiental e o tempo de decomposição dos materiais.
É preciso olhar para o currículo e compreender que a cultura maker é uma aliada para torná-lo mais atrativo e significativo aos estudantes. Veja abaixo algumas possibilidades:
- Transformação da teoria e prática
O professor organiza uma situação prática e, depois, faz a explicação da teoria. Por exemplo, demonstra na prática aos alunos como se dá a diluição de uma substância na água. A partir da observação da turma e da vivência do fenômeno, o professor parte para a explicação e compreensão da teoria.
- Tempo significativo
A experimentação requer tempo para que os alunos possam colocar a “mão na massa” e fazer inferências. Por esse motivo, o tempo é significativo e aliado ao currículo já que exigirá menos conteúdo e mais praticidade.
- Vivência de habilidades
Cada estudante é único e vivencia a construção de conhecimento de uma forma singular e, por isso, lida e desenvolve habilidades diferenciadas. Nas atividades maker, as habilidades são valorizadas por meio do projeto integrador e da colaboração em que vão experimentar.
- Erro é parte do processo
Dentro da vivência maker o erro faz parte do processo e o professor é mediador deste processo. Ao longo do processo, o estudante vai tecer diversas reflexões para compreender a teoria e participar ativamente da construção prática do conhecimento.
- Acesso para todos
A cultura maker dentro das aulas regulares precisa ser acessível a todos. Assim, os alunos terão a oportunidade de aprender uns com outros, vivenciar o aprendizado, errar, e resolver problemas cooperativamente
- Incentivo ao pensamento científico
Ao realizar a atividade maker, o estudante segue princípios do pensamento científico como: tecer perguntas e definir hipóteses; planejar e usar modelos; realizar investigações; analisar e interpretar dados, usar da matemática e o pensamento computacional; desenhar soluções; argumentar a partir de evidências concretas e comunicar informações e aprendizados.
A cultura maker como aliada do currículo traz muitos benefícios, além da oportunidade de revolucionarmos a Educação ao permitir o protagonismo juvenil e uma educação significativa a todos!
Um abraço e até a próxima.