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Campo jornalístico-midiático não é só coisa de linguagens: saiba como explorar na sua área

Na Base Nacional Comum Curricular, temos o campo jornalístico-midiático diretamente envolvido com a área de linguagens. Mas, afinal, o que exatamente a BNCC nos diz sobre isso? Veja:

Trata-se, em relação a este Campo, de ampliar e qualificar a participação das crianças, adolescentes e jovens nas práticas relativas ao trato com a informação e opinião, que estão no centro da esfera jornalística/midiática. Para além de construir conhecimentos e desenvolver habilidades envolvidas na escuta, leitura e produção de textos que circulam no campo, o que se pretende é propiciar experiências que permitam desenvolver nos adolescentes e jovens a sensibilidade para que se interessem pelos fatos que acontecem na sua comunidade, na sua cidade e no mundo e afetam as vidas das pessoas, incorporem em suas vidas a prática de escuta, leitura e produção de textos pertencentes a gêneros da esfera jornalística em diferentes fontes, veículos e mídias, e desenvolvam autonomia e pensamento crítico para se situar em relação a interesses e posicionamentos diversos e possam produzir textos noticiosos e opinativos e participar de discussões e debates de forma ética e respeitosa (BNCC, p. 140).

Na prática, a BNCC traz algumas habilidades a serem desenvolvidas, ainda nas linguagens:
(EF67LP12) Produzir resenhas críticas, vlogs, vídeos, podcasts variados e produções e gêneros próprios das culturas juvenis (algumas possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado etc.), que apresentem/descrevam e/ou avaliem produções culturais (livro, filme, série, game, canção, disco, videoclipe etc.) ou evento (show, sarau, slam etc.), tendo em vista o contexto de produção dado, as características do gênero, os recursos das mídias envolvidas e a textualização adequada dos textos e/ou produções.
(EF67LP09) Planejar notícia impressa e para circulação em outras mídias (rádio ou TV/vídeo), tendo em vista as condições de produção, do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do fato a ser noticiado (de relevância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados e informações sobre o fato – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a fontes, análise de documentos, cobertura de eventos etc.–, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc. e a previsão de uma estrutura hipertextual (no caso de publicação em sites ou blogs noticiosos).
(EF09LP01) Analisar o fenômeno da disseminação de notícias falsas nas redes sociais e desenvolver estratégias para reconhecê-las, a partir da verificação/avaliação do veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, URL, da análise da formatação, da comparação de diferentes fontes, da consulta a sites de curadoria que atestam a fidedignidade do relato dos fatos e denunciam boatos etc.

O campo jornalístico-midiático tem como característica a análise de discursos da mídia informativa e seus diversos formatos: impresso, televisivo, radiofônico, digital, além das publicidades. Explorar esse campo possibilita uma formação que está pautada na formação do pensamento crítico, da seleção confiável de fontes, da análise de produção e circulação de informações, de analisar criticamente o consumo, mas também de atuação não somente como consumidores de informações, mas como produtores de informação e dados que estão pautados pelos princípios da ética e cidadania consciente.

Para encurtar a conversa: o campo jornalístico-midiático pode servir como inspiração para professores de áreas como biologia, história, filosofia e arte, por exemplo (cabendo todas as demais áreas), a explorarem fatos de suas áreas, bem como notícias falsas, compreender procedimentos de checagem da veracidade de informações, posicionar-se de forma ética nas redes sociais, analisar e denunciar discursos de ódio e atuar como produtores criativos, dinâmicos e éticos nesse processo.

Para finalizar, caros educadores, gosto sempre de indicar ferramentas que possibilitem a escolha entre o papel e o digital, sem descartar nenhuma chance de criarmos conexões significativas. Por isso, para além da realização de jornais e revistas em papel, indico a ferramenta digital Flipsnack, disponível neste link. Atenção: esta é uma ferramenta paga, mas há um plano gratuito, que permite a criação de 3 catálogos, com até 30 páginas cada catálogo. Não é possível baixar em PDF ou outro formato: você publica e compartilha o link a ser visualizado, que é uma experiência bastante interessante.


Ah, aqui foquei na produção de jornais, mas o campo permite explorarmos a divulgação científica, a comunicação oral, a produção de publicidade fictícia, etc. O que abre caminho para outros formatos e domínios que a criatividade permitirem.

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