
Educação Socioemocional
Os atuais artigos de educação preveem uma mudança significativa na relação ensino-aprendizagem. Que a internet modificou nossa forma de se relacionar, nós já sabemos. Mas com a chegada dos nativos digitais no ambiente escolar, ainda mais mudanças nos esperam. Uma discussão levantada pela autora é a possibilidade de que na próxima década, a aprendizagem digital e virtual será o novo normal. Nessa questão 83% dos brasileiros acreditam que dispositivos inteligentes e aplicativos vão auxiliar alunos no futuro. E você educador, está preparado para esse futuro?
Um assunto que está nas salas de aula e nas feiras de educação são as novas habilidades que os jovens precisam ter ou adquirir para encarar o mundo do trabalho. Isso não interessa apenas a quem ainda não sabe o que fazer no futuro. Essa questão está sendo discutida por educadores, que estão trabalhando o tema das competências socioemocionais (presente no documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)) e tendo de se adaptar às atuais demandas do processo educacional. Interessa, ainda, aos pais, sempre preocupados com a formação dos filhos.
Num artigo intitulado Ser ‘doutor’ garante o futuro do seu filho?, Júnior Bornelli, um dos fundadores da plataforma digital Startse escreveu: “O que os pais querem é que seus filhos sejam bem-sucedidos, tenham carreiras brilhantes e um grande sucesso profissional. Garantia disso, até agora, era ter um filho formado em medicina, aprovado num concurso para a magistratura ou que ocupasse algum cargo com salário alto”. E afirma: “Tudo o que garantia sucesso alguns anos atrás tem bem menos relevância hoje”.

Charge do cartunista Flamir Ambrósio
Sobre a autora do post

Dinah Sales
Dinah Sales de Oliveira é jornalista e escritora. Também é autora do livro ‘O Sobrenome do Alce’ e adaptou a história de Pollyanna, de Eleanor H. Potter, para uma coleção de livros infanto-juvenis.
DNA digital
Bornellli fala do DNA digital dos jovens nascidos no século 21: nasceram na era da internet, foram expostos à tecnologia muito cedo e não querem ter um único emprego a vida toda, como acontecia nas gerações passadas: “Eles trabalham naquilo que acreditam e, se não está bom, não têm problema algum em partir para outro desafio. Não é à toa que a média de permanência no emprego, nas maiores empresas do mundo como Google, Facebook, Amazon e Apple é de menos de 2 anos”.
Afirma que essas empresas deixaram de contratar novos funcionários apenas pela sua formação e escolhem os jovens por suas habilidades específicas. Mas isto dá um nó na cabeça dos pais: “Uber, Airbnb, Waze e tantas outras empresas são mais jovens que nossos filhos e novas profissões são criadas todos os dias. Será que estamos preparando nossos filhos para esse mundo?”
E aqui vale fazer o link com as chamadas soft skills – competências socioemocionais –, apontadas pelo sociólogo Bernardo Toro como as habilidades, capacidades e competências pessoais que hoje valem mais do que conteúdo.

O Deus-Algoritmo
A Pearson, maior empresa de aprendizagem do mundo, divulgou o resultado de uma pesquisa mundial (Global Learner Survey) que mostra que as pessoas querem assumir maior controle sobre o próprio aprendizado, adotando um ‘faça-você-mesmo’, olhando para além da ideia tradicional de educação.
Dentre as principais descobertas da pesquisa, destacam-se:
– A mentalidade do ‘faça-você-mesmo’ está remodelando a educação – para complementar o ensino formal, as pessoas combinam o que funciona com o que podem pagar para treinarem para a nova economia, cuja moeda corrente é a informação. 81% dos que responderam afirmaram que a aprendizagem vai ficar mais “self-service”, à medida que as pessoas envelhecem.
– Na próxima década, a aprendizagem digital e virtual será o novo normal – nessa questão 83% dos brasileiros acreditam que dispositivos inteligentes e aplicativos vão auxiliar alunos no futuro.
– A Geração Z (quem nasceu entre 1990 e 2010) acredita que é possível ser bem-sucedido sem uma educação superior tradicional. Mesmo que as estatísticas associem a graduação com rendas maiores, metade dos estudantes dessa geração nos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália pensa que pode se dar bem na vida sem um diploma.
– Brasil, China, Índia e América Hispânica estão superando os EUA e Reino Unido na corrida pela requalificação – mais de dois terços dos pesquisados desses países têm se requalificado nos últimos dois anos.
– Soft skills têm vantagem sobre a automação – as competências técnicas valem, mas muita gente reconhece que são as habilidades humanas que darão a elas a vantagem sobre as máquinas, embora acreditem ser difícil aprender essas habilidades. Globalmente, 78% das pessoas acham que precisam se esforçar mais para desenvolver essas habilidades comportamentais, que são pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade. Já os brasileiros acreditam que as universidades devem preparar melhor os estudantes, intensificando o foco no ensino dessas habilidades.
Para discutir o assunto:
No meu livro O que você vai ser quando crescer? cito os códigos da modernidade apontados por Bernardo Toro sobre o que se deve aprender para viver no século XXI.
- Com base na leitura desse capítulo e com os dados da pesquisa citada acima, o educador pode levantar essa discussão em classe.
- E pedir que os alunos façam uma pesquisa na própria escola e comparem os dados com o estudo feito pela Pearson.
Para acessar a íntegra da pesquisa acesse: https://www.pearson.com/corporate/news/global-learner-survey.html.
Coleção Informação e Diálogo
A coleção Informação e Diálogo trata de temas atuais, que estão em discussão na mídia e que, com certeza, renderão um bom diálogo e uma proveitosa troca de ideias entre os jovens de 11 a 14 anos. Livros em formato de Almanaque que usam e abusam de hipertextos com o intuito de oferecer ao jovem um conjunto de temas que possam ser discutidos e compartilhados entre os colegas de escola, amigos e também na família, despertando o seu interesse e estimulando-o a prosseguir a pesquisa iniciada por meio da leitura.

Confira abaixo mais sobre a coleção Informação e Diálogo: